Jovens dormem na rua para sentirem o mesmo que sem-teto.

Mais de cem jovens aceitaram a missão de sentir na pele o que passam os moradores de rua de Florianópolis. Participantes da missão Anawin, o projeto franciscano atraiu quem deseja sentir o mesmo que os sem-teto.
As baixas temperaturas da capital catarinense não afastaram 110 jovens vindos de várias cidades do Sul do país, sendo que muitos são universitários ou estudantes recém-formados.

A organizadora da missão, irmão Maria Dolores, afirma que o projeto mostra que não há pessoas melhores ou piores que as outras.
“Nada nos diferencia. Não somos melhores. Se existem prediletos são os pobres”, disse.

“É a lei cristã do amor e da caridade vivida ao extremo. Vemos Cristo nas prostitutas, nos mendigos, nos presos. Dizemos que o pobre é nossa obra. E não só os pobres da matéria. Também buscamos os pobres de espírito. Aqueles que têm tudo, mas não têm nada, por que perderam o sentido da existência. Acho que esse radicalismo que atrai os jovens”, completou ela.
A vida das ruas é diferente do dia a dia deles, na última sexta-feira (15), por exemplo, os jovens que dormiram no Terminal Rodoviário Rita Maria presenciaram brigas entre os moradores de rua.
Apesar do frio e dessa realidade tão cruel, para Marcelo Oliveira, 21 anos, o mais difícil foi sentir a fome. “Foi muito difícil. Passei frio e me assustei. Vi três ratos tão grandes que pareciam cães. Mas acho que o pior foi a fome”, disse ele ao UOL.

Como vivem os franciscanos

Quem entra para a fraternidade franciscana faz votos de pobreza, obediência, castidade e disponibilidade.
A ordem foi fundada em 1210 por Francisco de Assis, filho de nobres italianos, ele adoeceu durante a guerra e recebeu um chamado divino que o fez abdicar de toda a riqueza que possuía.
Francisco viveu para ajudar enfermos e miseráveis e ao lado de doze discípulos iniciou a ordem que até hoje tem atraído jovens e adultos em todo o mundo.

A jornalista Gabriela Ribeiro da Costa, 23 anos, está decidida a se juntar aos franciscanos e se prepara para fazer o juramento para abdicar de tudo que ele poderia conquistar na vida.
“Quando contei [que iria para a fraternidade], meu pai começou a chorar. Não deixa de ser uma perda. Receberei até um novo nome. Mas não consigo negar minha vocação. Não quero pregar para as pessoas coisas que eu não vivo. Quero ter, como São Francisco, um coração desprendido”, disse a jovem ao UOL. Gospel Prime

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Feito por: Bruno Alexandre Web -